Um Recital de Outono pelo PR01 de Montalegre
Hoje foi dia de fazer uns curtos quatro quilómetros e meio, no entanto há sempre muito a reter sobre este espaço que compreende bem mais para quem procura os detalhes. Pegamos no nosso PR01 de Montalegre, da nossa querida aldeia Fafiota, e estivemos atentos aos ventos e ao que nos trazia este caduto Outono.
As Lajas da Figueira não passam despercebidas a quem desce pelo estradão rumo ao Poço Verde, é quase impossível de acreditar que ali o rio Fafião descreve violentamente uma passada firme numa violenta descida entre penedos. Para nós uma das paredes comprimidas de excelência do Parque Nacional.
Lá do alto, são percetíveis as curvas e contra curvas do rio, o Poço Verde e o Poço Negro acompanhados pela diversidade da Flora que neste Outono começa a acontecer esta semana e promete atingir o seu expoente máximo pelo dia 15 de Dezembro.
Nem só do Poço Verde vive o nosso rio, a curtos metros acima reside esta magnífica formação geológica. Aconselhamos a uma cuidada visita nesta altura devido às rochas graníticas escorregadias, e também às fortes correntes que ganham nestes dias vigor.
É um rio surpreendente, nesta altura e após um verão forte num turismo de massas, o Fafião, que partilha o mesmo nome com o seu território, efetua a sua anual limpeza, rejuvenescendo cada sector da sua extensão.
Voltamos ao trilho para regressar à aldeia, dois quilómetros que consistem em três trepadas, esta é uma das áreas mais árduas do trilho, no entanto, como viemos cá fazer apenas um dos seus trechos, pouco custou. Incrível a surpresa que obtivemos do nosso bom gado Barrosão que também o estava a percorrer, com objetivos bem distintos dos nossos.
Por vezes o trânsito fica congestionado, e somos obrigados a percorrer o atalho, para não perturbar em demasia o dia-a-dia da serra. E em que tão bom estado está o nosso gado quando o seu alimento se baseia no nosso mato.
Já quase em final de viagem, somos brindados com o melhor espetáculo Outonal do ano, uma frente autóctone que atinge o seu clímax entre as margens do Fafião. Podemos ver os frondosos campos e também a estrada que serve de ligação à aldeia da Ermida bem como à Vila do Gerês.
Do lado oposto a esta incrível montra de estação fica um fosso que assinala o fim do Rio Conho, marcantes graníticos íngremes numa área recheada de cascatas, pequenos poços e áreas florestais também autóctones, lapidadas por um pináculo que se ergue nos céus onde outrora servia de berçário à Águia Real. Também visível neste trilho se encontra uma das maiores cascatas do Parque Nacional com cerca de quarenta metro, a Fecha do Quelhão.
Terminamos o dia pela estrada principal de acesso a Pincães e Cabril, onde podemos observar o final de tarde na “Beiga”, a área que ainda é, e bem, trabalhada com regras entre todos os herdeiros dos terrenos de cultivo. Uma área frequentemente visitada por Corços e Javalis. Este foi o nosso passeio de Sábado, que termina com um Gin preparado pelo Valter Afonso no Café Bar Fojo dos Lobos.